quarta-feira, 5 de março de 2014

Heróis do Mar


A banda surgiu em Março de 1981, formada por Pedro Ares de Magalhães, Pedro Paulo Gonçalves e Carlos Maria Trindade, após o fim do grupo Corpo Diplomático em finais do ano anterior. A estes músicos juntaram-se António José de Almeida (baterista dos Tantra) e Rui Pregal da Cunha, que se iniciava nas coisas da música. Na realidade, o futuro vocalista era o único sem um passado com experiência musical, pois todos os outros elementos, ou tinham formação musical ou já haviam participado em projectos anteriores. 
A escolha do nome «Heróis do Mar», tirado do primeiro verso do hino nacional português, A Portuguesa, não foi um mero acaso, pois pretendia-se representar Portugal, a sua história e a sua arte greco-romana.
Numa época em que a memória do Estado Novo estava ainda muito fresca, o visual da banda, caracterizado por uma estética nacionalista e algo neo-militarista, e letras de canções que reflectiam a glorificação de um Portugal passado, não agradou a muita gente tendo-se instalado a polémica em torno do grupo, acusado dum nacionalismo exacerbado, e inclusivamente fascista e neonazi. Aliás, membros da banda afirmaram mesmo estarem proibidos de actuar a sul do rio Tejo. 
Em Agosto de 1981, é lançado o primeiro single que continha os temas «Saudade» e «Brava dança dos heróis». Os dois temas aparecem no LP de estreia, Heróis do Mar, lançado em Outubro do mesmo ano. 
Em Junho de 1982 é editado a canção «Amor», que se tornaria um grande sucesso comercial e disco de platina, e projectaria a banda para a primeira parte dos concertos de King Crimson e de Roxy Music em Portugal no verão desse mesmo ano, e para a actuação nas primeiras parte da banda de Bryan Ferry em França. 
Em 1983, o grupo lança o álbum Mãe, bem recebido pela crítica, mas não tão bem recebido pelo público. Entretanto, a canção também lançada em 1983, «Paixão», torna-se um sucesso de rádio, levando a revista musical inglesa The Face a considerar a banda como o melhor grupo de rock da Europa continental. 
O visual neo-militarista deu lugar a um visual mais ousado, menos polémico, mas mesmo assim ainda demasiado arrojado para a época, com muito cabedal e calças de ganga rasgadas. 
Os cinco músicos começaram a empenhar-se em projectos a solo, Pedro Ayres Magalhães assumiu a direcção da editora Fundação Atlântica, produzindo discos de Né Ladeiras, de Anamar e dos Delfins. Heróis do Mar colaboraram no último disco de António Variações Dar e receber, no qual Magalhães e Trindade foram responsáveis pela produção e pelos arranjos. 
O mini-LP intitulado O Rapto, lançado em 1984, continha o tema «Só gosto de ti» que conseguiu ter algum êxito. Em 1985 lançam o single «A alegria» que resulta num novo sucesso de rádio. Em 1985, surgiram rumores de que Rui da Cunha poderia vir a abandonar o grupo, o que não chegou a acontecer. Mudam entretanto para a Emi-Valentim de Carvalho. 
Em 1986 é lançado o álbum Macau, recebido com elogios por parte da crítica, que renovou o fôlego e o vigor do grupo. No ano seguinte lançam o single e máxi-single O Inventor. O último álbum, Heróis do Mar, é editado em 1988 já sem a presença de Tozé Almeida. 
Em 1989 decidem separar-se devido. No entanto todos os elementos continuaram a dedicar-se à música, com excepção de Tozé Almeida, que acabou por se dedicar à produção de programas televisivos, publicidade e alguns telediscos. 
A história da banda é revisitada no documentário Brava dança por Jorge Pereirinha Pires e José Pinheiro. O documentário, diz a revista Blitz, «propõe ainda uma reflexão sobre Portugal e a música do pós-25 abril». 
Actualmente, são influência chave para alguns projectos da cena musical portuguesa, dos quais o que obteve mais destaque foi o projecto editorial da Amor Fúria. 

Fonte: Wikipédia

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