quinta-feira, 13 de março de 2014

Noidz


Foi possivelmente um dos primeiros projetos nascidos em Portugal que desde o início se pretendeu espraiar por diversas plataformas. A música, no entanto, era o que estava no centro pelo que, logo após os primeiros ensaios, a prioridade foi criar um enredo interessante que inspirasse as letras e uma marca passível de viajar pelas atuais e futuras tendências de entretenimento do público jovem. E já que a “cama” instrumental surgida nos ensaios apontava claramente para uma toada electrónica, o enredo tinha de ser coerentemente futurista. Por outro lado, os aromas “rock” que aqui e ali penetravam as camadas de eletrónica, puxavam às tonalidades épicas. 
Uma fantasia épica de ficção científica, com passado, presente e futuro começa a ser concebida em finais de 2006. Os músicos recebem personalidades, atributos e super-poderes próprios, em coerência com o seu papel criativo na sala de ensaios. É assim que o universo Noidz começa a ser definido. 

O ano de 2009 é dedicado à estreia ao vivo de todo o conceito de som e imagem, pondo em palco um superespectáculo que inclui uma jaula onde a besta máquina Monkka toca bateria, um trono giratório para o General Zork e uma dezena de ecrãs de vídeo que recria o universo multimédia dos Noidz. 
A primeira reação é de estupefação mas a batida forte da secção rítmica e a parafernália sonora criada pelas guitarras e sintetizadores rapidamente contagiam plateias de admiradores e provocam uma explosão de filmagens caseiras e comentários nas redes sociais. 
Mas para manter a capacidade de surpreender era preciso ir mais longe e levar a fusão de “trance”, “rock” e música tradicional a um outro patamar. Ousadamente, pegam num dos temas mais marcantes de sempre do cancioneiro português ‘O Pastor’ e vestem-no com as roupagens Noidz. Mandam o resultado aos seus autores e é com alegria que recebem uma resposta positiva. 

"Caros Membros dos NOIDZ, Agradeço-vos muito o facto de terem sabido reconhecer a poesia e a força desta canção e conseguido produzir uma nova versão tão orgulhosamente ancorada no arranjo original dos Madredeus. É uma mensagem que passa... Desejo-vos as maiores alegrias pelo longo caminho dos vossos concertos. " 
Um grande abraço, 
Pedro Ayres Magalhães 

Encorajados, concluem que não têm nada a perder em perseguir mais um sonho: colaborar com um dos mais geniais instrumentistas portugueses vivos. E surpreendentemente, recebem nova resposta positiva.

"Os Noidz entraram em minha casa em formato MP3! «Ó Júlio, gostaríamos que participasses numa música nossa»! Pus o player a tocar e o chão tremeu. O subwoofer curtiu e a vizinha queixou-se. Boa onda, boa produção, boa energia! 
Nem hesitei! Já estava a gravar! "
Júlio Pereira 

E assim lançam o segundo single acompanhado por uma preview da banda-desenhada com 16 páginas que pretende explicar a origem dos Noidz, os únicos sobreviventes de um planeta que se extinguiu.

Aprofundando ainda mais a fusão de “rock”, “trance” e música tradicional portuguesa, rompem todas as barreiras musicais ao trabalhar em um dos maiores fados de todos os tempos, imortalizado pela Amália Rodrigues. Animados com o resultado, convidam a fadista Kátia Guerreiro para emprestar sua voz ao tema ‘Estranha Forma de Vida’. 

Assim, o álbum que os Noidz irão lançar em 2013 será mais uma etapa de um percurso que se quis e quer coerente e que por isso mesmo tem sido feito lenta e refletidamente. Porque se a aceitação de algo invulgar sempre foi difícil, no campo da música as barreiras parecem multiplicar-se. 

Para já, aqui fica o single de apresentação que Pedro Ayres louvou e que tem colhido reações extremamente positivas nos concertos ao vivo – O Pastor. 
- Noidz (Facebook)

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