segunda-feira, 7 de abril de 2014

Xeque-Mate



Como tudo aconteceu: 
Corria o ano de 79, ainda se viviam os resquícios de uma revolução mal acabada, quando Xico Soares (voz), António Soares (guitarra), Aurélio Santos (baixo) e Joaquim Fernandes (bateria) se juntam para formarem os XEQUE-MATE. O chamado “boom do Rock Português” – com o surgimento duma catadupa de bandas a cantarem em português e a gravarem discos – ainda estava por acontecer (80-81). A 1.ª maqueta é gravada no estúdio Rangel (Porto) – esta possibilita um contrato com editora Metro-Som, que tinha já em carteira bandas com algum renome a nível nacional, como UHF, JÁFUMEGA ou AQUI D’EL ROCK. É deste modo que surge o 1.º disco da banda – um single com os temas “Vampiro da Uva” e “Entornei o Molho…”, lançado no mercado discográfico em Maio de 81. Não obstante as péssimas condições de gravação, produção, edição e promoção, o disco consegue um razoável sucesso, figurando nos tops de vários programas de rádio (de destacar o do famoso “Rock em Stock”). Em consequência surgem vários concertos ao vivo e participações em programas de rádio (são repetentes na “A Febre de Sábado de Manhã”) e de televisão (“Passeio dos Alegres” e mais uns quantos). O tema “Vampiro da Uva” dá-lhes o mote. Fruto da sua fusão entre o Hard Rock e o Heavy Metal, são rotulados pelos media como “Pais do Heavy Português” – título algo sumário, no entender da banda. Em 83 mudam de baixista, entrando José Queirós para o lugar. É com essa formação que descem a Lisboa para entrarem novamente em estúdio. É no Angel Studio que, por conta própria, com a preciosa ajuda de Álvaro Azevedo (reputado musico portuense que esteve nos POP-FIVE, ARTE & OFÍCIO e TRABALHADORES DO COMÉRCIO) na produção, gravam, produzem e masterizam em apenas uma semana o material que viria a dar origem ao seu primeiro e único albúm. Seguem-se prolongadas negociações com várias editores e que lhes vão sucessivamente fechando as portas. É nessa altura que entra para a banda como 2.º guitarrista Paulo Barros, futuro fundador dos TARÂNTULA. O objectivo era reforçar o som ao vivo, conferindo mais peso à banda. A aposta surge finalmente por parte da editora Horizonte, vindo o LP – “Em Nome do Pai, do Filho e do Rock ‘n’ Roll” a ser lançado em 85. As vendas ficam aquém das expectativas, a editora não se empenha o suficiente na promoção. O disco tem a honra de ser interditado pela beata Rádio Renascença, mas o “Às do Volante” é tema obrigatório de todos os programas radiofónicos de música pesada. Vão surgindo alguns grande concertos, como a 1.as partes de WILCO JOHNSON e de DIAMOND HEAD. Kim substitui Joaquim (Fernandes) na bateria. A banda passa então por algum marasmo e desalento. Chegam a introduzir teclas, alterando a sua sonoridade, sempre dentro dos parâmetros do Metal. A formação da banda viria alterar-se mais vezes a nível de secção rítmica (Leonel na bateria e Eugénio e Ricardo Rodrigues no baixo). A banda não consegue ultrapassar o marasmo instalado e morre – estávamos em 1989. 
- Xeque-Mate (Facebook)

para mais informação : www.xequemate.no.sapo.pt 



"as guitarras do Antonio ecoam ate ao céu.... descansa em paz"

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